Em meio a um prejuízo diário de R$ 1,1 milhão, a concessionária CCR MSVia obteve aval do Tribunal de Contas da União (TCU) para aumentar em 101% as tarifas de pedágio nos próximos quatro anos na BR-163 em Mato Grosso do Sul. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (13), permitirá à empresa elevar o valor da tarifa de R$ 7,52 para R$ 15,13 a cada 100 km em pistas simples. A medida tem como justificativa os sucessivos prejuízos acumulados, que já somam R$ 1,317 bilhão desde o início da concessão em 2014.
O faturamento da CCR com o pedágio aumentou 28% nos primeiros nove meses de 2024, atingindo R$ 169 milhões. Mesmo com esse crescimento, a empresa alega que o aumento de custos e a defasagem nas tarifas têm resultado em perdas. Somente no terceiro trimestre deste ano, o prejuízo foi de R$ 100,3 milhões, com elevações tarifárias de 16,8% em 2023 e de 3,7% em junho de 2024.
Além do ajuste nas tarifas, o novo acordo de repactuação exige que a CCR invista R$ 16,9 bilhões até 2054, sendo R$ 9,29 bilhões direcionados a obras e o restante para operações. Entre as melhorias previstas estão a duplicação de 203 km, a construção de 147 km de terceiras faixas, melhorias no acostamento em 467 km e a construção de 22 passarelas e contornos rodoviários.
A concessão da BR-163/MS, concedida em 2014, previa a duplicação total da rodovia antes da cobrança de pedágio. No entanto, a CCR não completou essas duplicações, alegando inviabilidade econômica e operando com aditivos contratuais. O novo contrato deverá ser formalizado até março de 2025 e estenderá a concessão em 30 anos, além do prazo inicial.