A estiagem prolongada e a distribuição irregular das chuvas estão comprometendo a safra de soja na região sul de Mato Grosso do Sul, uma das principais produtoras do grão no estado. Em Dourados, aproximadamente 30% das áreas cultivadas já apresentam perdas consideráveis, enquanto outras regiões, como Ponta Porã e Itaporã, enfrentam situações similares.
A ausência de precipitações consistentes durante as fases críticas do desenvolvimento das plantas, como a formação dos grãos, está entre os principais fatores que afetam a produtividade. Somam-se a isso o plantio antecipado realizado com o objetivo de viabilizar a safrinha de milho e o impacto de partículas de fuligem provenientes das queimadas no Pantanal, que prejudicam a absorção da luz solar necessária para a fotossíntese.
Relatórios indicam que o déficit hídrico já compromete a expectativa de colheita em diversas localidades, onde a média de rendimento por hectare, que deveria atingir 56 sacas, caiu para 25 sacas em algumas propriedades. O problema afeta principalmente os agricultores que optaram por plantar em setembro, quando o solo ainda apresentava baixa umidade.
Além disso, pragas e plantas daninhas, como o capim-pé-de-galinha e a lagarta-do-cartucho, estão presentes em algumas lavouras, embora em níveis controlados. As condições adversas reforçam a necessidade de estratégias de manejo eficiente e o uso de tecnologias que minimizem os impactos climáticos e biológicos.
Apesar das dificuldades, a estimativa para a safra 2024/2025 no estado é otimista, com crescimento de 6,8% na área plantada, alcançando 4,501 milhões de hectares. A produção total esperada é de 13,977 milhões de toneladas, com produtividade média de 51,7 sacas por hectare.
Enquanto a colheita está prevista para iniciar em janeiro, a previsão climática para os próximos meses sugere chuvas próximas à média histórica, o que pode beneficiar as lavouras que ainda estão em fase de enchimento de grãos.