O Estado de Mato Grosso do Sul enfrenta os impactos diretos das mudanças climáticas, com prejuízos significativos à sua importante atividade econômica, a agricultura. De acordo com estudo do Instituto de Pesquisas Ambientais (Ipea), cada aumento de 1°C na temperatura resulta em uma redução de 6% no rendimento da soja, uma das principais culturas da região. Nos últimos 10 anos, os produtores locais têm enfrentado períodos sistêmicos de irregularidade de chuvas, afetando negativamente a produtividade do grão.
A Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS) revela que a safra 2021/2022 teve uma redução de 31,84% na produtividade da soja devido ao déficit hídrico, resultando em prejuízos de R$ 11,4 bilhões. Além disso, os produtores enfrentam desafios como a concentração fundiária e o endividamento, enquanto as tecnologias agrícolas não fornecem uma adaptação adequada ao calor extremo.
Diante desse cenário, o Estado busca soluções para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas. Especialistas apontam a importância da adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis e adaptadas ao clima futuro, como o uso de variedades de soja resistentes e técnicas de conservação do solo. O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) é uma ferramenta que auxilia os agricultores na tomada de decisões, considerando a probabilidade de ocorrência de adversidades climáticas e definindo os períodos e locais de semeadura mais propícios.