A produção brasileira de grãos na safra 2022/2023 deve atingir recorde de 315,83 milhões de toneladas, o que corresponde a um aumento de 15,8% (um volume superior de 43,2 milhões de toneladas), em comparação com a safra obtida no ciclo anterior (272,65 milhões de toneladas). A previsão consta do 9º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado no dia 13, em Brasília, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Se confirmada a expectativa, ela representa um crescimento de 15,8%
De acordo com o documento, a área destinada para o plantio apresenta um crescimento de 4,8% em relação ao ciclo 2021/22, para 78,1 milhões de hectares. A produtividade também é 10,6% superior, com 4.042 quilos por hectare em média. Esse número, porém, é inferior aos 4.048 kg/ha estimados em maio.
Como ocorreu nos últimos anos, a soja segue como o produto mais importante do agronegócio nacional, com estimativa de colheita de 155,7 milhões de toneladas. Esse volume é um pouco superior ao previsto no mês passado e supera em 24% a produção da temporada passada.
Segundo o gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos, isso é resultado do “reflexo do bom pacote tecnológico e condições climáticas favoráveis”.
Para o milho, a projeção também é de um novo recorde, com 125,7 milhões de toneladas nas três safras do grão, 11,1% acima de 2021/22. Na primeira safra de milho, a colheita está quase finalizada com uma produção de 27,1 milhões de toneladas. Já para a segunda safra, em fase inicial de colheita, estima-se uma produção de 96,3 milhões de toneladas.
“As condições climáticas têm sido favoráveis para o desenvolvimento da cultura até o momento”, ponderou o presidente da Conab Vasconcellos.
De acordo com a Conab, os “bons volumes” projetados de produção para milho e soja no Brasil permitem embarques em torno de 95,6 milhões de toneladas para a oleaginosa e 48 milhões de toneladas para o cereal. No entanto, ainda “é preciso estar atento a alguns importantes fatores externos como a safra norte-americana, que ainda pode ser impactada por questões climáticas, bem como a demanda do mercado chinês e a possibilidade de uma recessão mundial, entre outros fatores que afetam os preços e a demanda dos produtos”, observou o gerente de Estudos Econômicos, Estatísticos e Política Agrícola da Conab, Allan Silveira.
Outra importante cultura da segunda safra, o algodão tem uma produção estimada em 2,98 milhões de toneladas apenas da pluma, o mesmo que o previsto no mês passado e 16,6% mais que no ciclo passado. “As lavouras apresentam um bom desenvolvimento, e predominam os estágios de formação de maçãs e maturação, com a colheita já iniciada em áreas da Bahia e Mato Grosso do Sul”, explica a Conab.
Para o arroz, a expectativa é que sejam colhidas 10 milhões de toneladas na safra 2022/23, 7,2% menos que em 2021/22. Já para o feijão, é esperada uma produção em torno de 3 milhões de toneladas, somando-se as três safras da leguminosa, com alta entre as temporadas de 2,6%.
Dentre as culturas de inverno, destaque para o trigo. A área semeada do cereal já atinge 46,9% no país, o que representa um crescimento de 9,7% na área plantada. A estimativa de produção é de 9,8 milhões de toneladas, 7,4% menos que o recorde do último ciclo.
Para a Conab, os “bons volumes” projetados de produção para milho e soja no Brasil permitem embarques em torno de 95,6 milhões de toneladas para a oleaginosa e 48 milhões de toneladas para o cereal.