O pacote de corte de gastos anunciado pelo governo federal nesta quinta-feira (28) dividiu opiniões entre os senadores de Mato Grosso do Sul. A proposta, que visa economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, inclui medidas polêmicas como a limitação no aumento do salário mínimo, mudanças nas aposentadorias dos militares e novas regras para o abono salarial. Em contrapartida, o governo propôs ampliar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, atualmente fixada em R$ 2.824.
Entre os parlamentares sul-mato-grossenses, as reações destacaram preocupações com o impacto econômico e político das medidas. A avaliação geral apontou para a falta de confiança do mercado nas ações do governo, evidenciada pela disparada do dólar, que alcançou a maior cotação da história, e pelo aumento das taxas de juros futuros.
O pacote fiscal foi criticado por misturar cortes de gastos com propostas tributárias que ainda não possuem validade imediata. Especialmente polêmicas são as mudanças relacionadas à taxação de altas rendas, que levantaram discussões sobre possíveis efeitos negativos para os investimentos e a geração de empregos no país.
Com um cronograma apertado no Congresso, o governo enfrenta o desafio de aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e o Projeto de Lei Complementar (PLC) relacionados ao pacote até o recesso parlamentar, previsto para iniciar no final de dezembro. Ao mesmo tempo, a reforma tributária da renda, que inclui a isenção do Imposto de Renda e a taxação de super-ricos, deve ser apreciada apenas em 2025.
Além do pacote fiscal, o Congresso ainda tem uma longa pauta para votar antes do fim do ano. Entre os temas, destacam-se a regulamentação da reforma tributária do consumo, a análise da Lei Orçamentária Anual de 2025 e projetos controversos como a regulação da Inteligência Artificial e a ampliação da imunidade tributária para igrejas.