A direção do PSDB decidiu tornar público o convite feito a Michel Temer (MDB) para se filiar ao partido e disputar a Presidência da República em 2026, numa manobra política que tem como pano de fundo a tentativa de conter possíveis pretensões eleitorais do ex-ministro Ciro Gomes. As informações são da coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles.
Ciro oficializou sua refiliação ao PSDB em 22 de outubro, e a cúpula tucana o enxerga como potencial candidato ao governo do Ceará, seu principal reduto político, e não ao Palácio do Planalto. Um dia após o ato de filiação, veio à tona o convite a Temer, interpretado por interlocutores como um gesto para reforçar a posição do partido em relação ao papel que espera de Ciro nas próximas eleições.
O ex-presidente confirmou o convite, mas evitou se comprometer com o projeto. “É uma gentileza do Perillo, um reconhecimento do nosso governo”, disse Temer, referindo-se ao presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo.
Apesar do movimento, dirigentes tucanos afirmam que a prioridade da legenda em 2026 será a disputa parlamentar, concentrando esforços e recursos do fundo eleitoral na eleição de deputados federais. A leitura interna é de que o partido precisa fortalecer sua base no Congresso antes de retomar ambições presidenciais.
Por esse motivo, a executiva nacional do PSDB optou por não comparecer à cerimônia de filiação de Ciro, realizada em Fortaleza. A ausência, segundo fontes do partido, visou evitar interpretações de que haveria apoio formal à eventual candidatura presidencial do ex-ministro.









