sexta, 13 dezembro 2024

Política

19/05/2023 03:12

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Ministros que votaram para cassar Deltan Dallagnol, três foram indicados por Jair Bolsonaro

Votação para a cassação do mandato teve decisão unânime -7 a 0 entre os ministros do TSE

Atualizado: 19/05/2023 03:44

Redação

Sérgio Banhos

Dos sete ministros que votaram pela destituição do deputado Deltan Dallagnol, três chegaram à Corte por indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).  A votação teve decisão unânime, sobretudo sem discussão e debate, o que era pelo menos para ter sido - 4 a 3, e não 7 a 0, o resultado surpreendeu  e chamou  atenção de muitos direitas extremistas. Em 2022, o  ex- procurador da operação Lava Jato,  Deltan Dallagnol   mostrou apoio à candidatura de reeleição à Presidência de Bolsonaro no 2º turno contra  Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Movimento Brasil Livre (MBL) comentou o fato nas redes sociais. Após “fazer a conta” dos ministros,  o grupo disse que o país está “ferrado”. “Dos sete ministros que cassaram Dallagnol  três foram nomeados por Bolsonaro.  Foi 7 a 0.  Estamos ferrados”, publicou o MBL.

Nunes Marques

São eles os ministros Sérgio Banhos, nomeado em 2019; Nunes Marques, indicado em 2020; e Carlos Horbach, indicado em 2021. Os outros ministros da Corte são Cármen Lúcia, Beneditos Gonçalves - relator da ação -, e Raul Araújo, indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seus mandatos antecessores.  Já o ministro Alexandre de Moraes foi indicado pelo ex-presidente Michel Temer. 

 Cassação de Dallagnol

O TSE cassou por decisão unânime  na noite de terça-feira (16), o registro da candidatura e, consequentemente, o mandato de Dallagnol. Os sete ministros da Corte entenderam que o ex-procurador fraudou a lei eleitoral, pois sabia que seria alvo no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e poderia ficar inelegível, o que motivou a antecipação de sua exoneração para concorrer à eleição. A ação é decorrente de uma representação da Federação Brasil da Esperança (PT, PC do B e PV) e do Partido da Mobilização Nacional (PMN).

O ministro Benedito Gonçalves, relator da ação, votou pela inelegibilidade e cassação de Deltan Dallagnol e foi seguido pelos demais ministros. A argumentação para o voto favorável à cassação foi que ele teria se exonerado do cargo de procurador em novembro de 2021, com a intenção de evitar que os processos que o Conselho Nacional do Ministério Público tinha contra ele se tornassem administrativos.

                               Carlos Horbach

Com base na legislação, magistrados não podem ter processos não julgados na esfera administrativa caso queiram disputar eleições.

O TSE é composto por, no mínimo, sete ministros titulares, sendo três ministros efetivos provenientes do Supremo Tribunal Federal (STF), dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois da classe dos advogados.

 

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