O americanos vão às urnas em uma das disputas mais acirradas da história recente dos EUA, entre a atual vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump. Ambos os candidatos estão tecnicamente empatados, o que aumenta a imprevisibilidade do resultado, devido ao sistema de votação indireta que favorece os votos no Colégio Eleitoral. Para vencer, é necessário conquistar pelo menos 270 dos 538 votos de delegados.
Atualmente, Kamala Harris parte com 226 delegados garantidos e Trump com 219, enquanto 93 votos estão em disputa em sete estados decisivos, como Pensilvânia, Michigan e Wisconsin. A “muralha azul” — região historicamente democrata — é crucial para Kamala. Ela busca vencer em Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, enquanto Trump tenta garantir Pensilvânia e estados do “Cinturão do Sol” (Geórgia, Carolina do Norte, Arizona e Nevada), onde tem apoio significativo.
Ambos os candidatos passaram os últimos dias intensificando suas campanhas nesses estados. Kamala foca em mobilizar o voto feminino e o de brancos com ensino superior, enquanto Trump aposta no apoio de homens jovens, brancos sem diploma, e no crescimento de votos entre negros e latinos, apesar de minoritário.
Com mais de 78 milhões de votos já registrados por antecipação, a contagem dos votos começa hoje à noite. Porém, em estados como Pensilvânia e Wisconsin, onde a contagem de votos por correio não pode começar antes do dia da eleição, o resultado final pode demorar. Em 2020, a apuração se estendeu por dias, e um cenário semelhante pode ocorrer agora, principalmente se a margem de vitória for apertada.
A expectativa é que Trump possa se declarar vencedor antes mesmo de um resultado oficial, repetindo sua estratégia de 2020, o que aumenta os temores de possíveis conflitos. As próximas datas importantes incluem 11 de dezembro, para certificação dos votos estaduais, 17 de dezembro, quando o Colégio Eleitoral vota, e 6 de janeiro, quando o Congresso confirma o resultado. Caso haja impasses, o Legislativo pode intervir, criando uma situação delicada até a posse em 20 de janeiro.
A eleição também prevê recontagens automáticas em alguns estados se a margem entre os candidatos for muito pequena, o que pode adicionar complexidade ao processo.