A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta quinta-feira (15) que irá recorrer da decisão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que a condenou a dez anos de prisão e determinou a perda de seu mandato parlamentar. A condenação está relacionada ao planejamento da invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023, executada pelo hacker Walter Delgatti.
Durante coletiva de imprensa ao lado de seu advogado, Zambelli negou envolvimento no crime e acusou Delgatti de mentir sobre sua participação. Ela também criticou o julgamento virtual realizado pelo STF, classificando-o como apressado e injusto.
A parlamentar argumentou ainda que a perda de mandato deveria ser decidida pelo Plenário da Câmara dos Deputados, e não imposta diretamente pelo Judiciário. “A gente tem que ter bastante reverência pela separação de poderes no Brasil”, declarou.
Zambelli se disse alvo de perseguição política e afirmou que o número expressivo de votos que recebeu a torna um alvo constante. “Quando a gente tem 1 milhão de votos, coloca um foco na nossa cabeça. A discrepância da Justiça é tanta que faz a gente desacreditar da política”, afirmou.
Ela também manifestou preocupação com sua saúde, alegando que uma eventual prisão poderia agravar seu estado clínico. “Ainda que a decisão seja injusta, eu vou seguir. Se acontecer de ter a prisão, eu vou me apresentar. Mas meus médicos são unânimes em dizer que eu não sobreviveria à cadeia”, completou.
A defesa pretende protocolar o recurso nos próximos dias, questionando tanto o mérito da decisão quanto o rito do julgamento.(Ag. Camara dos Deputados)