O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Controladoria-Geral da União (CGU) nesta terça-feira (5), negando que tenha solicitado ao ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, que fizesse campanha eleitoral em 2022. O depoimento ocorreu no contexto de um processo administrativo que pode levar à cassação da aposentadoria de Vasques, investigado por possíveis irregularidades durante o pleito do ano anterior.
Silvinei Vasques é acusado de ter utilizado sua posição na PRF para realizar ações que favoreciam a candidatura de Bolsonaro nas eleições de 2022, incluindo a participação em eventos oficiais, entrevistas e publicações em redes sociais pedindo votos para o ex-presidente no segundo turno. O ex-diretor também é investigado por suposto uso indevido da estrutura da PRF, como a realização de blitze em cidades onde o então candidato Lula (PT) obteve mais votos.
O depoimento de Bolsonaro foi solicitado no âmbito de um processo administrativo disciplinar aberto pela CGU, após a prisão preventiva de Vasques por quase um ano, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Vasques foi libertado em agosto de 2024, com o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares.
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) havia decidido, no início de novembro, que Bolsonaro prestaria depoimento oral no processo, em vez de por escrito, como inicialmente solicitado pela defesa.