A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, em uma ação coordenada com a Delegacia Especializada de Proteção ao Consumidor (DECON) e a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), apreendeu mais de três mil cigarros eletrônicos ilegais em Campo Grande, na última quarta-feira (27). A operação ocorreu nos bairros Jardim Bela Vista, Amambai, Tiradentes e Vila Progresso, com o foco em pontos de venda identificados. Durante a ação, além dos 3 mil dispositivos, a polícia apreendeu 730 acessórios, 520 frascos de "juice" (líquido para vaporizadores), 239 fumos saborizados e 65 caixas de papel de seda, todos importados de forma irregular. O valor estimado dos produtos retirados de circulação é de aproximadamente meio milhão de reais, segundo o PROCON/MS e a Vigilância Sanitária Estadual.
Cinco homens e uma mulher foram presos em flagrante pelo crime de contrabando e levados à DECON. A operação reflete a crescente preocupação com o aumento do consumo de cigarros eletrônicos no estado, que é o segundo maior do país no uso desse tipo de dispositivo, conforme dados da pesquisa da Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec). O estudo revelou que cerca de 4% da população de 18 a 54 anos consome cigarros eletrônicos em Mato Grosso do Sul.
As apreensões de cigarros eletrônicos no estado também têm aumentado, e em 2023, o número de unidades confiscadas cresceu 25% em relação ao ano anterior. A legislação brasileira proíbe desde 2009 a fabricação, importação, comercialização e propaganda de cigarros eletrônicos, como os "pods", por meio da Anvisa. A resolução RDC n° 855/2024 reforça essa proibição, alegando a falta de estudos científicos sobre os riscos desses dispositivos e preocupações com os danos à saúde, já que muitos desses produtos contêm nicotina e outras substâncias prejudiciais.