O desembargador recém-aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso foi surpreendido na manhã desta quinta-feira (24) pela Polícia Federal, que apreendeu mais de R$ 2,7 milhões em dinheiro vivo em sua residência. A ação faz parte da Operação Ultima Ratio, deflagrada para investigar um suposto esquema de venda de sentenças judiciais.
O ex-magistrado, que encerrou sua carreira após 40 anos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), é acusado de estar envolvido em atividades que beneficiariam traficantes de drogas e agentes públicos por meio da manipulação de decisões judiciais. Durante a operação, foram encontradas cédulas de dinheiro, incluindo notas de R$ 50, R$ 100, R$ 200 e dólares, além de documentos, computadores, mídias e celulares. Armas de fogo também foram apreendidas em sua residência, aumentando as suspeitas sobre suas atividades.
As investigações relacionadas ao ex-desembargador remontam à sua suposta participação em um esquema de venda de sentenças, com indícios de sua atuação desde a antiga Operação Lama Asfáltica. Seu nome foi associado a provas compartilhadas na Fase VI da operação, quando ele atuava na 5ª Câmara Cível. Naquele contexto, Siqueira suspendeu a execução e revogou sua própria decisão, permitindo o prolongamento do processo, mesmo diante de alegações de falsificação.
A Operação Ultima Ratio abrangeu o cumprimento de 44 mandados de busca e apreensão em diversas cidades, incluindo Campo Grande, Brasília, Cuiabá e São Paulo, além de medidas como afastamento da função pública, monitoramento eletrônico dos investigados e outras ações cautelares.