A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu nesta quinta-feira (15), em Dourados (MS), o advogado Daniel Fernando Nardon, de 46 anos, acusado de liderar um esquema de fraudes judiciais que teria desviado cerca de R$ 50 milhões. Ele estava foragido desde o início da Operação Malus Doctor, deflagrada no dia 8 de maio.
Segundo as investigações, Nardon e outros integrantes do grupo usavam documentos falsificados, assinaturas forjadas e ingressavam com ações judiciais em nome de pessoas que não tinham conhecimento dos processos — incluindo cidadãos já falecidos. A maioria das ações era movida contra instituições financeiras, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo.
O grupo também utilizava a estratégia conhecida como “fatiamento de demandas”, com processos semelhantes abertos por diferentes advogados e em diversas comarcas, dificultando a detecção das fraudes e aumentando os valores de honorários.
Daniel Nardon foi localizado quando tentava chegar a Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai. Ele foi transferido para o Rio Grande do Sul na madrugada desta sexta-feira (16), onde prestará depoimento. Até o momento, 14 pessoas estão sendo investigadas, entre elas nove advogados. O prejuízo contabilizado apenas nas denúncias formais já ultrapassa R$ 320 mil.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspendeu preventivamente a atuação de Nardon, que está impedido de exercer a profissão até a conclusão do processo disciplinar.
Em nota, o escritório Daniel Nardon & Advogados Associados negou as acusações e afirmou confiar que os fatos serão esclarecidos. A defesa alega que a atuação do grupo sempre foi voltada à defesa de servidores públicos, aposentados e pessoas em situação de vulnerabilidade.