O governador Eduardo Riedel afirmou nesta terça-feira (4), durante o evento SP+Verde, em São Paulo, que a retomada do transporte ferroviário é um dos principais desafios logísticos de Mato Grosso do Sul e pode gerar benefícios não apenas para o Estado, mas também para toda a região Centro-Sul.
Ao lado do governador paulista Tarcísio de Freitas, Riedel convidou o colega para participar, no dia 10 de dezembro, do lançamento da construção de uma short line (linha curta) em Inocência, que será implantada pela empresa Arauco, fabricante de celulose. O ramal ferroviário ligará a fábrica da companhia à Ferronorte, em Aparecida do Taboado, facilitando o escoamento da produção até o Porto de Santos (SP).
Expansão e desafios ferroviários
Durante o encontro, Riedel também destacou o avanço do projeto da Nova Ferroeste, que conectará o Centro-Sul do Estado ao Porto de Paranaguá (PR). A ferrovia deve atender a regiões produtoras de grãos como Maracaju, Sidrolândia e Ponta Porã, retomando rotas antigas e complementando a Malha Oeste, que liga Corumbá a Bauru (SP).
O governador informou que o Tribunal de Contas da União (TCU) já autorizou o processo para uma nova concessão da Malha Oeste, com expectativa de início em fevereiro. Segundo ele, o investimento atenderá especialmente o setor mineral, que atualmente utiliza o Rio Paraguai e rodovias como a BR-262 para transporte. Hoje, são movimentadas cerca de 12 milhões de toneladas, com projeção de alcançar 30 milhões nos próximos anos.
Riedel ainda ressaltou que, com a futura concessão da Hidrovia Paraguai-Paraná, será necessário construir um ramal ferroviário de 40 quilômetros ligando o Maciço do Urucum ao rio, otimizando a integração dos modais logísticos.
Etanol e diversificação produtiva
Outro ponto abordado por Riedel foi o crescimento da produção de etanol de milho no Estado — em contraste com São Paulo, onde a base produtiva é a cana-de-açúcar. O governador lembrou que, há dez anos, esse tipo de investimento ainda era visto com desconfiança, mas hoje três grandes empresas já atuam no setor.
“O milho passou a ser a base de uma cadeia diversificada, que inclui proteína animal, biocombustíveis e derivados industriais. Essa transformação aumentou o valor agregado e impulsionou novos investimentos, como em irrigação e energia limpa”, afirmou.
Turismo e sustentabilidade
O governador também ressaltou o potencial do ecoturismo e do turismo cultural, citando o Pantanal e eventos tradicionais, como o festival da linguiça de Maracaju, como exemplos de atividades que unem economia e preservação. Segundo Riedel, o Estado busca desenvolver o turismo de natureza de alto padrão, atraindo visitantes por meio de experiências exclusivas e sustentáveis.
“Nosso objetivo é provar que é possível crescer com responsabilidade ambiental. A agenda verde é uma aliada do desenvolvimento”, afirmou, ao lembrar que Mato Grosso do Sul unificou as áreas de meio ambiente e desenvolvimento econômico em uma única secretaria.
Parceria entre Estados
Durante o evento, Riedel e Tarcísio de Freitas assinaram uma carta de intenções para ampliar a cooperação ambiental e fortalecer políticas de desenvolvimento sustentável. Ao encerrar sua participação, Riedel reforçou o papel do Brasil na transição energética global e na produção de alimentos, destacando a necessidade de valorizar essa posição nos fóruns internacionais.
“Temos de mostrar ao mundo que o Brasil produz e preserva. Isso é um diferencial que precisa ser reconhecido”, concluiu.









