A densa fumaça das queimadas no Pantanal obrigou um voo da Azul Linhas Aéreas, que seguia de Campinas (SP) para Corumbá (MS), a pousar em Bonito (MS) na última quinta-feira (26). Com a visibilidade comprometida, a companhia aérea decidiu alterar a rota para garantir a segurança dos passageiros e tripulantes. Aqueles que desembarcariam em Corumbá foram levados por transporte terrestre até o destino final.
Em nota, a Azul informou que as condições climáticas adversas, agravadas pela fumaça, forçaram a mudança no trajeto. A empresa garantiu que todos os clientes receberam a assistência necessária, conforme regulamentação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e lamentou os transtornos causados. “A segurança das operações é nosso valor primordial”, destacou a companhia.
O aeroporto de Corumbá, administrado pela Aena, permanece aberto para pousos e decolagens, porém, com restrições. As operações estão sendo realizadas com o auxílio de instrumentos devido às dificuldades de visibilidade impostas pela fumaça. A previsão é que a situação continue a afetar voos na região até que as condições climáticas melhorem.
Até ontem (quinta-feira), o Pantanal Sul-Mato-Grossense registrou 11.485 focos de incêndio em 2024, mais que o dobro do mesmo período no ano anterior, quando houve 6.580 ocorrências, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A combinação de temperaturas elevadas, seca extrema e ventos fortes tem potencializado os incêndios, que já devastaram vastas áreas do bioma.
A situação preocupa tanto as autoridades quanto os moradores locais, que enfrentam não só a perda ambiental, mas também problemas de saúde causados pela fumaça. Além disso, o impacto econômico é significativo, afetando setores como o turismo e a agricultura. A World Weather Attribution (WWA) aponta que as mudanças climáticas têm tornado o Pantanal mais suscetível a incêndios, com eventos cada vez mais intensos e recorrentes.
Com cerca de 40% dos municípios do Mato Grosso do Sul apresentando focos de incêndio, ações coordenadas entre governos, entidades ambientais e a população local são urgentes para evitar danos ainda maiores e preservar um dos biomas mais ricos e diversificados do mundo.