A qualidade do ar em Campo Grande foi afetada devido às queimadas no Parque do Taquari, em Mato Grosso do Sul, e em regiões de Goiás e Mato Grosso. Segundo o projeto QualiAr da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), o índice de qualidade do ar na capital atingiu 44 pontos nesta segunda-feira (6), entrando na faixa "moderada", que vai até 50 pontos, e ultrapassando o limite considerado "bom", que é de até 40 pontos.
O principal risco está no aumento das concentrações de poluentes como PM2,5 e PM10, partículas microscópicas que podem causar irritações respiratórias. Essas partículas são tão pequenas que não podem ser vistas a olho nu, mas, quando inaladas, podem provocar desconforto no trato respiratório.
O professor Widinei Alves Fernandes, doutor em Geofísica Espacial e coordenador do projeto QualiAr, explicou que o vento norte, que atingiu o Estado neste domingo (5), trouxe as plumas de fumaça da região para Campo Grande. Imagens de satélite em alta resolução mostram diversas fontes de calor ativas nessa área, conforme o pesquisador.
Em Campo Grande, já foram registrados 1.374,8 milímetros de chuva até 6 de outubro, quantidade superior à registrada em todo o ano de 2024 (947,8 mm). Esse fator pode ter garantido a boa qualidade do ar nos últimos meses. No entanto, o vento norte trouxe grande quantidade de poluentes para a capital.
Parte dessa fumaça tem vindo do Parque Estadual Nascentes do Taquari, em Alcinópolis, que enfrenta queimadas há mais de 15 dias. Neste domingo (5), o município registrou oito focos ativos. O parque, que é uma das principais áreas de preservação do norte do Estado, já teve 3 mil hectares consumidos pelo fogo. O local abriga as nascentes do Rio Taquari, um dos formadores do Pantanal.
Dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec) apontam que o número de queimadas no Pantanal quase dobrou em apenas 15 dias de setembro, com um aumento de 88,9%. A área queimada passou de 30.198 hectares para 57.050 hectares entre o início e o fim do mês.









