A pecuária no Pantanal enfrenta desafios climáticos significativos, mas também se destaca por sua capacidade de adaptação e inovação. Nos últimos anos, os pecuaristas têm implementado práticas de manejo que não apenas garantem a produtividade, mas também promovem a sustentabilidade na região. Apesar de Mato Grosso do Sul ter visto uma redução de 11,5% no total de animais entre 2014 e 2024, o rebanho pantaneiro cresceu 3%, passando de 3.639.744 para 3.740.554 bovinos. Essa resiliência resultou em um aumento da participação do rebanho pantaneiro no total do estado, de 17% para 20%.
As inovações na pecuária pantaneira têm sido fundamentais para enfrentar as adversidades climáticas. Produtores têm adotado gramíneas comerciais, como a Brachiaria humidicola, que se adapta bem aos solos alagados, substituindo pastagens nativas. Além disso, a implementação da estação de monta tem otimizado o manejo reprodutivo, concentrando os nascimentos em um curto período e facilitando a gestão da desmama e da vacinação. A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) se consolidou como uma técnica eficiente, sendo utilizada em 90% das inseminações no Brasil.
A produção de bezerros na região é significativa, contribuindo com 15% dos 800 mil bezerros gerados anualmente em Mato Grosso do Sul, que se posiciona como o quarto maior produtor de carne bovina do país. A qualidade do produto e a preservação ambiental são aspectos cruciais para atender às exigências do mercado, o que reforça a importância das boas práticas de manejo.
Instituições como o Senar/MS têm desempenhado um papel vital na capacitação dos pecuaristas, promovendo treinamentos e assistência técnica. Programas como Ateg Pantanal e SuperAçãoPantanal, este último criado em 2024, visam otimizar a gestão das propriedades e auxiliar na recuperação de danos causados por incêndios.