sexta, 21 março 2025

Geral

31/05/2023 07:30

A+ A-

Visita do ditador Nicolás Maduro tem repercussão negativa nas Casas Legislativas do País

'Retrocesso; vergonha', foram as palavras mais usadas por lideranças políticas para classificar a retomada da relação entre Brasil e Venezuela

Atualizado: 02/06/2023 17:31

Redação

A visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Brasil  causou muita repercussão  negativa, principalmente nas Casas Legislativas de todo o País.  Nos plenários, políticos criticaram com dureza a vinda do ditador da Venezuela e a recepção de honras pelo chefe de Estado, Luís Inácio Lula da Silva ( PT),  em território brasileiro.

As palavras “retrocesso e vergonha” foram as mais utilizadas,inclusive nas redes sociais de diversas  lideranças políticas, movimentos de direitas e esquerdas, artistas e até mesmo analistas do assunto, para classificar a retomada da relação entre os dois países, visto que em  2019, depois das denúncias de fraudes nas eleições venezuelanas, o Brasil, sob Jair Bolsonaro, rompeu relações com o país vizinho e, inclusive, impediu Maduro de pisar em solo brasileiro. A maior parte dos aliados do presidente Lula, diz acreditar que a reunião foi importante para a retomada das relações do Brasil com outros países, já que a medida faz parte da pauta do petista. Outros lulistas, no entanto, dizem se preocupar com a repercussão negativa que o assunto pode gerar no cenário internacional.

Os aliados de Lula que acreditavam que o encontro não cairia bem , estavam certos,  de fato isso aconteceu! A imprensa brasileira e internacional que  acompanhou com atenção a visita,  alertou para os riscos nas relações com um governante reconhecidamente autoritário. A Organização da Nações Unidas - ONU, acusa Maduro de violar os Direitos Humanos ao perserguir opositores . O Tribunal Penal Internacional-TPI investiga o governo venezuelano por torturas e execuções, incluive de manifestantes. Já os Estados Unidos - EUA, procura Maduro  por envolvimento com o narcotráfico.

Críticas

O influenciador Felipe Neto,  um dos aliados de Lula, foi um dos críticos ao regime venezuelano, e disse condenar “veementemente a relação decompanheirismo com ditadores sanguinários”. O comunicador declarou apoio ao petista em 2022, contra Jair Bolsonaro (PL), mas disse que seguirá vigilante em relação às ações do governo.

A oposição também demonstrou descontentamento com a relação dos dois países. O  senador Sérgio Moro(União-PR) destacou as “honras de Estado” dispensadas ao ditador pelo governo Lula e questionou se o petista irá cobrar Maduro pela volta da democracia.  “O Brasil voltou a receber com honras de Estado ditadores sul-americanos, desta vez Maduro. Outro sinal negativo para acomunidade internacional pelo Governo Lula. Será cobrado do ditador o restabelecimento da democracia e dos direitos humanos na Venezuela?”, criticou Moro em sua postagem

Flávio Bolsonaro também postou em suas redes sociais. Segundo ele, há muita falta  de compromisso com a democracia da parte deLula. "[Maduro é] é um ditador, acusado de crimes contra a humanidade,como assassinatos, tortura, agressões, violência sexual e desaparecimentos". "Lula desrespeita não só os brasileiros como também os venezuelanos", comentou

Congresso Nacional - Os ânimos no Congresso Nacional  e de todas as Assembleias Legilativas do país,  não foi nada agradável, o que pode ter causado um novo entrave para o próprio governo no  Congresso numa semana decisiva de votações.  O desgaste ocorre justamente  na semana que o governo tenta evitar derrotas da medida provisória que trata da reestruturação da Esplanada dos Ministérios.

Reservadamente, integrantes da base governistas admitiram  que a ‘pomposa e calorosa', recepção de Lula ao ditador Venezuelano, às vésperas de importantes votações podem ampliar grande resistências entre os parlamentares, visto que o partido do ex presidente Jair Bolsonaro (PL)  consolidou nestas eleições a posição de maior bancada da Câmara dos Deputados, subindo de76 para 99 parlamentares e no Senado, também  ficando com a maioria das cadeiras em disputa .

A  deputada Bia Kicis(PL-DF) e outros críticos lembraram que, durante a campanha eleitoral do ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impôs censura a quem associasse Lula a Maduro e ao ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, enquanto se mostrou bem mais tolerante com outras candidaturas. “O TSE proibiu que Jair Bolsonaro  e seus apoiadores divulgassem que Lula era amigo de Ortega e de Maduro. Lula protege Ortega e Maduro acaba de chegar a Brasília. Esconder informações é crime pra uns, para outros tá liberado!", pontuou.

O deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS) apresentou uma "moção de repúdio à visita oficial ao Brasil" de Maduro. "A vinda do ditador Nicolás Maduro ao Brasil sinaliza grave mensagem do nosso país no cenário político internacional", diz um trecho da justificativa do requerimento.

É a primeira vez que Maduro vem ao Brasil desde julho de 2015, quando participou de uma cúpula do Mercosul realizada em Brasília, durante o governo Dilma Rousseff. O encontro simboliza a retomada das relações entre os dois países, que haviam sido suspensas durante o governo JairBolsonaro. Pela segunda vez, o presidente venezuelano pisa oficialmente em solo  brasileiro  para participar nesta terça-feira (30), desse evento que reúne 11 dos 13 chefes de Estado de países da América do Sul, desta vez  promovido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mato Grosso do Sul 

Em pronunciamento na AssembleiaLegislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) desta terça-feira (30), o deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) também foi um dos parlamentares que repudiou a recepção protagonizada pelo Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao Presidente da Venezuela Nicólas Maduro. “O que chama a atenção foi a forma que foi recebido. Com honras de chefe de Estado. Subiu a rampa do Planalto. Dragões da Independência. Um criminoso se encontra em território brasileiro, sendo recebido pelo Presidenteda República do Brasil”, criticou.

Movimentos sociais

Os movimentos sociais repudiaram a presença de Maduro no Brasil. Pelas redes sociais,  o MBL criticou a presença de Maduro no Brasil principalmente pelas honrarias concedidas ao líder venezuelano .  “Lula faz questão de receber com honras no Planalto um ditador acusado de censurar a imprensa e torturar opositores. Isso que toda a imprensa tratou esse ladrão como ‘democrata’ durante a eleição”, disseram.

O movimento marcou um ato para o dia 4 de junho, em SãoPaulo, contra a presença de Maduro no país.

Crise da Venezuela e acusações contra Maduro

Organizações como a Anistia Internacional, a Human RightsWatch e a Organização das Nações Unidas (ONU) apontam o governo liderado por Maduro como uma ditadura que recorre à violência para manter o controle. Os meios utilizados envolveriam atos de execução, sequestro, violência sexual e detenção de opositores. Iniciado por Hugo Chávez, o movimento político de Maduro - conhecido como chavismo - governa a Venezuela de maneira contínua desde 1999.

A imigração venezuela para o Brasil resulta do cenário de crise em que vivem os venezuelanos. Essa crise perpassa questões políticas, econômicas e socias . Ela é noticiada pelos principais jornais do mundo, que apontam esses problemas como umas das piores do mundo. Nicolá Maduro, quem governa o país de 2013, enfrenta um  forte descontamento da população em relação a sua gestão. Dando continuidade às políticas de seu antecessor, Hugo Chávez, a Venezuela que ja vivia tempos dificeis, passa ainda por enorme batalhas. A escalada da violência no país que já chamava a atenção, com aquele autoritarismo do governo Chávez, não muda. O governo centralizou ao longo dos anos o poder político, restringindo a atuação do legislativo e influenciando nas decisões do judiciário. 

Isso reflete em um país que vive uma inflação que ultrapassa 800% ao ano e barris de petróleo, apresentando  altas em seu preço, o que imersa a um colapso econômico, que resultou em uma dramática crise humanitária. Faltavam no país insumos básicos para a própria sobrevivência. Os supermecados já não mas atendia a população. Faltavam alimentos e medicação, e por causa dessa triste realidade, milhares de venezuelanos decidiram migrar desesperadamnete para outros países à procura de trabalho e de melhores condições de vida. 

Cada vez mais isolada em termos políticos e econômicos, e consequentemente entrando no seu oitavo ano consecutivo de recessão, a Venezuela tem 96,2% de sua população vivendo na pobreza e 79,3% estão em situação extrema. Segundo o Banco Mundial, situação de extrema pobreza significa viver com menos de US$ 1,90 por dia. A situação na Venezuela é realmente desanimadora em todas as áreas. Anos se passam e a Venezuela continua um período de vertiginoso crescimento.

O próprio Brasil é a porta de entrada dessas pessoas. Milhares de pessaos entram pelo estado de Roraima , que faz fronteira cmom a Venezuela em  busca  de oportunidades, estas que não tiveram em seu país que está sob o comando de Maduro. É bem sabido, por exemplo, que as famílias mais pobres temem mais a fome do que mesmo a pandemia da Covid-19 que matou milhares de pessoas.

 

Carregando Comentários...

Veja também