No julgamento histórico desta quarta-feira (19), o empresário Jamil Name Filho, de 46 anos, foi condenado a 23 anos e seis meses de prisão em regime fechado como mandante do brutal assassinato do estudante Matheus Coutinho Xavier, morto em abril de 2019 no lugar do pai, Paulo Xavier, o PX, ex-capitão da Polícia Militar. A execução chocou o país, quando o universitário, com apenas 20 anos, foi alvejado com sete tiros de fuzil. O crime marcou o fim da era de poder e influência de Jamil Name, que antes era visto como intocável e recebia figuras importantes da política e do judiciário em suas relações sociais.
A sentença representa o desfecho de quatro anos de espera desde o crime ocorrido em 9 de abril de 2019. A pena de Jamil Name Filho se soma a outras três condenações na Operação Omertà, totalizando 23 anos de prisão. Seu pai, o octogenário Jamil Name, também estava envolvido no caso, mas não chegou a ser julgado, pois faleceu na prisão em junho de 2021, vítima das complicações da covid-19.
Durante o julgamento de Jamil Name Filho, foram três dias de intensas deliberações e depoimentos. O réu, já condenado anteriormente por crimes como extorsão armada, formação de organização criminosa e porte ilegal de armas, agora enfrentava a acusação de ser o mandante do assassinato do ex-policial militar Paulo Roberto Teixeira Xavier, que culminou na morte de Matheus Coutinho Xavier, um promissor estudante de Direito.
O plenário estava repleto de expectadores ávidos por acompanhar cada detalhe do julgamento. Rigorosas revistas de segurança foram realizadas para garantir a tranquilidade do evento, com a presença de policiais do Batalhão de Choque e agentes do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) portando armas de cano longo.
As testemunhas e peritos desempenharam papéis fundamentais, apresentando provas essenciais para demonstrar o envolvimento de "Jamilzinho" no crime. Enquanto a defesa do réu procurava contestar as evidências e apresentar uma versão alternativa dos fatos.
Após longas horas de deliberação, o júri popular chegou a um veredicto: Jamil Name Filho foi considerado culpado pelo assassinato de Matheus Coutinho Xavier. Apesar das condenações anteriores, o réu ainda possui a possibilidade de recorrer das penas fixadas fora do Tribunal do Júri.
Além desse caso, Jamil Name enfrenta outras duas ações em que é acusado de ser o mandante de assassinatos relacionados a conflitos familiares. Em uma terceira ação, o juiz não aceitou a denúncia, mas o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) está recorrendo. É importante lembrar que o empresário já foi absolvido da acusação de obstrução de Justiça.