terça, 14 janeiro 2025

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04/12/2024 08:52

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Presidente da Coreia do Sul revoga lei marcial após pressão do Parlamento e protestos populares

Atualizado: 04/12/2024 08:53

Redação

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, recuou nesta quarta-feira (4) e revogou a lei marcial que havia decretado no dia anterior, após forte rejeição no Parlamento e manifestações de milhares de pessoas em todo o país. A decisão de Yoon, anunciada como uma resposta a supostas ameaças de “forças antiestatais”, provocou uma das maiores crises políticas da Coreia do Sul em décadas.

O decreto de lei marcial, que incluía a mobilização de tropas militares, a proibição de atividades políticas e o controle da mídia, gerou forte reação. Parlamentares do Partido Democrático, que compõem a maioria na Assembleia Nacional, desafiaram forças de segurança para votar contra a medida, enquanto protestos tomavam as ruas. O partido classificou o ato como uma tentativa de “insurreição” e exigiu a renúncia imediata de Yoon, ameaçando iniciar um processo de impeachment caso ele não deixasse o cargo.

Em pronunciamento televisionado às 4h30 (horário local), Yoon anunciou a revogação da medida, acatando o pedido do Parlamento. “Ouvi o apelo da Assembleia Nacional e do povo coreano. A lei marcial está suspensa”, declarou o presidente, sem detalhar as alegadas ameaças que motivaram sua decisão inicial.

Crise interna e impacto econômico
A imposição da lei marcial aprofundou a crise política de Yoon, que já enfrenta baixos índices de aprovação, atualmente em 19%. Sindicatos anunciaram uma greve geral por tempo indeterminado, e líderes de seu próprio partido, o conservador Partido do Poder Popular, cobraram explicações públicas e responsabilização.

A crise também repercutiu na economia. A Bolsa de Seul registrou queda de 2% na abertura desta quarta-feira, e a moeda local, o won, desvalorizou-se ao menor nível frente ao dólar em dois anos.

Reação internacional
A decisão surpreendeu até os Estados Unidos, principal aliado da Coreia do Sul, que mantém cerca de 28.500 soldados no país. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, elogiou o recuo de Yoon e reforçou a expectativa de que os conflitos internos sejam resolvidos pacificamente.

A crise deixa o governo de Yoon em uma posição frágil, com demandas por maior diálogo e governança. 

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