Ana Lucia Umbelina Galache de Souza, que se passou por filha de um ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) por mais de três décadas, foi condenada pela Justiça Militar a devolver R$ 3,7 milhões de pensão indevida. O Superior Tribunal Militar (STM) manteve a decisão após rejeitar o recurso da ré, que tentou argumentar a ausência de intenção criminosa, já que a falsificação dos documentos ocorreu quando ela era menor de idade.
A fraude teve início em 1988, quando Ana Lucia, utilizando o nome falso de Ana Lucia Zarate, registrou-se como filha de Vicente Zarate, ex-militar falecido no mesmo ano. Com os documentos falsificados, ela conseguiu obter pensão integral do Exército, um benefício destinado a dependentes de militares falecidos. A fraude se estendeu até 2022, quando foi finalmente descoberta.
O caso veio à tona após a avó de Ana Lucia, Conceição Galache, denunciar o esquema à polícia, após exigir que a neta lhe repassasse R$ 8 mil. A investigação confirmou a falsificação dos registros e a acusada confessou que não tinha vínculo de paternidade com o ex-combatente. Durante o período da fraude, ela chegou a dividir a pensão com a avó, que também estava envolvida na obtenção dos documentos falsificados.
A decisão do STM destacou que a acusada usou identidades e documentos distintos para enganar a Administração Militar, caracterizando o crime de estelionato. A Justiça determinou que Ana Lucia devolva o montante total recebido indevidamente ao longo dos 33 anos, incluindo a pensão integral que obteve de forma fraudulenta.









