A falta de vagas para consultas em urologia adulta pelo SUS em Campo Grande está na mira do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS). Diante da fila de espera crescente e da suspensão de atendimentos na rede pública, a 32ª Promotoria de Justiça da Saúde instaurou inquérito civil para apurar a situação e cobrar providências dos órgãos responsáveis.
Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e da Santa Casa de Campo Grande, os atendimentos eletivos foram interrompidos em fevereiro deste ano após o rompimento de contrato com a empresa terceirizada que prestava o serviço. Durante o período, apenas casos de urgência e emergência continuaram sendo atendidos.
A interrupção agravou o cenário da fila de espera: até o dia 21 de maio, 1.572 pacientes aguardavam por consulta na especialidade, enquanto as agendas para cirurgias urológicas seguiam fechadas.
Em resposta ao MP, a Santa Casa confirmou as dificuldades financeiras e afirmou que os atendimentos ambulatoriais foram retomados. No entanto, o Ministério Público decidiu aprofundar as investigações para verificar se a retomada dos serviços está sendo feita de forma adequada e suficiente para atender à demanda reprimida.
A promotora de Justiça Daniella Costa da Silva requisitou informações detalhadas sobre o volume de vagas, a quantidade de pacientes atendidos nos últimos meses e as medidas previstas para ampliar o atendimento. Os ofícios foram enviados à Sesau, à Secretaria Estadual de Saúde (SES), ao Hospital Regional, ao Hospital Universitário, à Santa Casa e à empresa contratada.
O MPMS informou que seguirá acompanhando o caso e poderá responsabilizar os gestores públicos por omissão, caso não sejam adotadas medidas eficazes para regularizar a assistência à população.
