A Maratona de Campo Grande 2025 foi além da competição neste domingo (6) e se transformou em um palco de emoção, reencontros e superação. Com largada às 5h da manhã e mais de 4,4 mil inscritos nos percursos de 5 km, 10 km, 21 km e 42 km, a prova teve como ponto alto o espírito esportivo e as histórias de quem venceu não apenas a distância, mas também limites pessoais e emocionais.
Entre as cenas mais emocionantes da Maratona de Campo Grande, uma delas foi protagonizada por Anderson Quintino, de 47 anos. Nos metros finais dos 42 km, ele teve a companhia especial do filho de apenas 3 anos e meio. Anderson iniciou sua jornada na corrida há mais de 10 anos, buscando qualidade de vida após enfrentar o sedentarismo. Hoje, comemora a superação como parte de um exemplo familiar. “Ele correu comigo no fim da prova. Isso é impagável. A gente também se esforça por eles”, afirmou, visivelmente comovido.
Outra história que comoveu o público foi a de Leonardo Faria, gerente de comunicação de 40 anos, que completou sua primeira maratona e foi recepcionado com um abraço apertado da filha de 11 anos, que o aguardava com um cartaz surpresa feito na madrugada anterior. “Ela fez escondido e foi um presente de aniversário inesquecível”, disse ele, que completou mais um ciclo de vida na última sexta-feira.
Situação parecida viveu o policial militar Nilton Marques, de 45 anos. Ele não sabia se a filha conseguiria comparecer, mas acabou surpreendido por ela na linha de chegada. “Foi emocionante. Não tem como segurar as lágrimas. Tomara que isso a motive a correr também”, compartilhou o atleta.
Homenagem à corredora Danielle Correa de Oliveira
A edição deste ano também prestou homenagem à corredora Danielle Correa de Oliveira, que morreu atropelada em fevereiro. O troféu dos 42 km leva o nome dela e será entregue por sua filha mais nova. “A Dani representa a transformação que a corrida pode trazer. Queremos que sua história continue inspirando outras pessoas”, destacou a organizadora da prova, Cassilene Cadadeiro.
Na elite masculina, o vencedor dos 42 km foi o atleta olímpico Franck Caldeira, natural de Sete Lagoas (MG), que completou o percurso em 2h25, batendo o tempo do campeão de 2024 em seis minutos. “Estive pronto para o desafio. E quero voltar no ano que vem para buscar um novo recorde”, afirmou o atleta.
Na prova dos 10 km, quem brilhou foi a educadora física Evelin Lima, de 33 anos. “Foi um percurso desafiador, mas estou muito feliz por ter vencido”, disse após cruzar a linha de chegada.
A estrutura da maratona contou com pontos de hidratação, banheiros, gel de carboidrato e isotônicos ao longo do trajeto. Segundo a organização, 95% dos participantes eram atletas amadores, reforçando o perfil inclusivo e transformador do evento. A expectativa é de que, em 2026, a corrida receba até 10 mil atletas.