O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez novas acusações contra o governo do Equador e os Estados Unidos, afirmando que ambos estariam ligados a esquemas de narcotráfico internacional. As declarações foram dadas nesta segunda-feira (3), durante seu programa semanal transmitido pela TV estatal venezuelana.
Maduro afirmou que o presidente equatoriano, Daniel Noboa, teria vencido as eleições de forma fraudulenta e que suas empresas seriam utilizadas para o escoamento de drogas provenientes da Colômbia, Peru e Bolívia.
“Toda a droga produzida na Colômbia, no Peru e em parte da Bolívia sai pelo Equador, pelas empresas e embarcações do presidente, que chegou ao poder por meio de fraude. Acho que se chama Daniel, não? Daniel Noboa”, disse o venezuelano.
As falas de Maduro ocorrem em meio ao aumento das tensões diplomáticas com os Estados Unidos, que têm realizado operações militares no Caribe e no Atlântico sob o argumento de combater o tráfico marítimo. O presidente venezuelano classificou as ações como uma ofensiva política e militar contra seu governo.
Noboa, por sua vez, tem se posicionado como aliado de Donald Trump, ex-presidente americano, e chegou a classificar o Cartel de Los Soles, grupo criminoso de origem venezuelana, como organização terrorista.
O contexto das acusações coincide com um período de forte avanço da violência no Equador, marcado pelo aumento do tráfico de drogas e pela expansão de facções criminosas que passaram a utilizar o setor de exportação de bananas para contrabandear entorpecentes. Maduro alega que os Estados Unidos têm conhecimento e cumplicidade nessas operações.
“Os organismos de inteligência dos EUA — FBI, DEA e até os militares — sabem que essa droga sai pelo Pacífico em direção aos Estados Unidos. Isso foi denunciado inclusive pelo presidente Gustavo Petro”, afirmou o presidente venezuelano.
As acusações também se inserem no contexto de atrito entre Washington e Bogotá. O ex-presidente americano Donald Trump já havia acusado o colombiano Gustavo Petro de envolvimento com o tráfico internacional e chegou a suspender subsídios ao país. Petro respondeu denunciando ações letais de forças navais dos EUA em águas internacionais, o que aprofundou a crise diplomática.
As declarações de Maduro reacendem as tensões entre Caracas, Quito e Washington, reforçando o discurso do governo venezuelano de que os Estados Unidos estariam tentando desestabilizar regimes de esquerda na América do Sul. Até o momento, nem o governo equatoriano nem autoridades americanas responderam oficialmente às acusações.









