Em meio ao mês de julho, uma campanha de extrema importância ganha destaque: o Julho Amarelo, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a luta e prevenção às hepatites virais. Essas infecções hepáticas, classificadas pelas letras A, B, C, D e E, representam uma preocupação global de saúde pública, sendo as hepatites B e C as mais comuns no Brasil.
A médica hepatologista e professora do curso de Medicina da Uniderp, Isadora Elias Pereira, ressalta que nem sempre a doença apresenta sintomas claros, mas quando surgem, podem se manifestar através de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, além de pele e olhos amarelados. Por isso, é fundamental estar atento à prevenção e à detecção precoce, já que alguns tipos de hepatite, especialmente a B e C, podem evoluir silenciosamente para doenças hepáticas mais avançadas, como a cirrose.
A hepatite E, não comum no Brasil, e o tipo D (hepatite Delta), com maior incidência no Norte do país, são consideradas endêmicas, ou seja, ocorrem com maior frequência em determinadas regiões ou países. Enquanto as hepatites A e E são contraídas por meio da contaminação em água e alimentos, a prevenção deve se concentrar na higienização e saneamento adequados. Felizmente, a vacinação contra a hepatite A está inclusa no calendário do SUS para o público infantil e imunossuprimidos, e também pode ser obtida em clínicas particulares para os adultos, sendo altamente eficaz e segura como a principal medida preventiva.
Por outro lado, a hepatite B é transmitida sexualmente e de mãe para filho durante a gestação ou parto, sendo essencial o uso de preservativos e a realização de pré-natal adequado para o controle dessa infecção. Além disso, a vacinação contra a hepatite B está disponível para toda a população, o que representa um importante recurso na batalha contra essa doença.
Já a hepatite C é geralmente transmitida através de materiais cortantes contaminados com sangue, o que reforça a necessidade de cuidados em procedimentos médicos, tatuagens e piercings, entre outros. A conscientização sobre a importância da esterilização de instrumentos médicos e a adoção de medidas seguras em situações de risco podem ajudar a reduzir a incidência desse tipo de hepatite.