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07/06/2023 06:01

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Guerra na Ucrânia - EUA alertam que destruição de represa causará muitas mortes

O temor é que, se escoar muita água do reservatório pela barragem danificada, não vai sobrar o suficiente para resfriar os reatores da usina, o que pode resultar em um colapso.

Atualizado: 08/06/2023 00:02

Redação

O exército russo cometeu outro ato de terror.  Uma explosão atingiu na madrugada desta terça-feira (06) a barragem de Nova Kakhovka, localizada em uma parte controlada pela Rússia no sul da Ucrânia. A destruição provocou inundação de 24 localidades, colocando em risco pelo menos 16 mil pessoas. Muitas foram retiradas de lá.

Evidências fotográficas sugerem que houve um rompimento enorme na parede da barragem. A  destruição causou, ainda, um risco ambiental imediato para a água potável que corria na barragem. De acordo com o governo ucraniano, 150 toneladas de óleo de máquina, que estavam nas instalações da barragem, caíram no rio Dnipro e há risco de vazamento de mais 300 toneladas.

Além dos impactos ambientais e as consequências humanas do desastre, o rompimento da barragem tem causado preocupação por ser fundamental para o bom funcionamento da usina nuclear de Zaporizhzhia , a maior da Europa e sob constante perigo de ataques de guerra. O temor,  segundo o Comando Operacional Sul da Ucrânia é que, se escoar muita água do reservatório pela barragem danificada, não vai sobrar o suficiente para resfriar os reatores da usina, o que pode resultar em um colapso. “A destruição da barragem aumenta rapidamente o risco de  uma "catástrofe nuclear", que usa a água da represa atingida para a refrigeração”, afirmaram.  

No outro  lado, a Rússia e a Agência Internacional de Energia Nuclear descartaram um perigo imediato.  A hidrelétrica, destruída na noite de segunda-feira, está localizada na cidade de New Kakhovka, na região de Kherson, e está ocupada pelas forças russas desde fevereiro de 2022.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou que a barragem foi destruída por uma “detonação interna” causada pelas forças russas, enquanto a Rússia acusa Kiev de abrir o buraco.  O ministro das relações exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, culpou a Rússia pelo ataque e disse que a explosão causou “provavelmente o maior desastre tecnológico da Europa em décadas e colocando milhares de civis em risco”. “Este é um crime de guerra hediondo. A única maneira de parar a Rússia, o maior terrorista do século 21, é expulsá-la da Ucrânia”, declarou o ministro.

Kirby afirmou que houve danos “significativos” e apontou uma “explosão” como responsável. No entanto, ele teve o cuidado de enfatizar que Washington ainda está estudando o incidente antes de identificar o perpetrador. Questionado se atacar a barragem constituiria um crime de guerra, o porta-voz do Conselho de Segurança dos EUA disse que “está muito claro que a destruição deliberada de infra-estrutura civil não é permitida pelas leis da guerra”.  

A Casa Branca afirmou que "provavelmente" haverá "muitas mortes" depois da explosão que destruiu uma grande represa na Ucrânia. 

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