O governo dos Estados Unidos enviou, nesta terça-feira (4), uma carta ao secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor dos Santos, expressando solidariedade pela morte de quatro policiais durante a Operação Contenção, realizada nos complexos da Penha e do Alemão.
O documento, assinado por James Sparks, representante da Agência de Repressão às Drogas (DEA), elogiou a “coragem e dedicação das forças de segurança brasileiras” e colocou o governo americano “à disposição para qualquer apoio necessário” nas ações de combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado.
A mensagem foi recebida pelo governo fluminense como um gesto de cooperação internacional. Paralelamente, a gestão do governador Cláudio Castro enviou à administração de Donald Trump um pedido formal para que o Comando Vermelho (CV) seja classificado como organização terrorista — medida semelhante à adotada recentemente pelo Paraguai, que incluiu o CV e o PCC em sua lista de grupos terroristas internacionais.
O governo federal, no entanto, tem posição contrária à proposta. O Palácio do Planalto argumenta que a legislação brasileira define terrorismo como atos motivados por razões políticas, ideológicas ou religiosas, o que não se aplica ao crime organizado, cuja finalidade é essencialmente econômica.
A Operação Contenção, que motivou a troca de mensagens diplomáticas, resultou em confrontos intensos no Rio de Janeiro e na morte de mais de cem suspeitos, segundo balanço divulgado pelas autoridades estaduais. O episódio reacendeu o debate sobre segurança pública, cooperação internacional e o limite da atuação militar em áreas dominadas por facções criminosas.









