O ano de 2025 terminará com um espetáculo celeste duplo. Duas luas cheias especialmente brilhantes — conhecidas popularmente como “superluas” — poderão ser vistas nas noites de 5 de novembro e 4 de dezembro. Nessas datas, o satélite natural da Terra estará mais próximo do planeta, no ponto chamado perigeu, o que faz com que pareça maior e mais luminosa no céu.
Segundo o Observatório Nacional (ON/MCTI), a Lua cheia ocorre quando o satélite exibe toda a sua face iluminada pelo Sol. Durante o perigeu, essa luminosidade se torna ainda mais intensa, criando o efeito que popularmente ficou conhecido como “superlua”.
A astrônoma Josina Nascimento, gestora da Divisão de Comunicação e Popularização da Ciência do ON, explica que o termo “superlua” não tem origem científica. Criado em 1979 pelo astrólogo Richard Nolle, o nome se refere a uma Lua cheia que ocorre no perigeu ou até 90% próxima desse ponto — uma definição considerada arbitrária por astrônomos.
Por essa razão, não há consenso entre instituições sobre o que caracteriza oficialmente uma “superlua”. A União Astronômica Internacional, por exemplo, não define critérios específicos para determinar a distância necessária entre a Lua e a Terra para que o fenômeno receba essa classificação.
O que é uma superlua
Na prática, o termo costuma ser usado para descrever luas cheias ou novas que ocorrem quando o satélite está a 360 mil quilômetros ou menos da Terra. A variação no tamanho aparente da Lua decorre de sua órbita elíptica, que a faz se aproximar (perigeu) e se afastar (apogeu) do planeta ao longo do mês.
De acordo com o astrônomo Gabriel Hickel, professor da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e parceiro do Observatório Nacional no programa Céu em Sua Casa, a diferença de brilho e tamanho entre uma superlua e uma lua cheia comum é pequena, mas perceptível em fotografias comparativas. “Quando observamos imagens da Lua no apogeu e no perigeu, a diferença de tamanho é clara. A olho nu, porém, essa distinção é sutil”, afirma.
Como observar o fenômeno
Todas as luas cheias nascem no horizonte leste ao pôr do sol e permanecem visíveis durante toda a noite. Para observar o fenômeno, recomenda-se escolher locais com boa visibilidade e pouca poluição luminosa. As primeiras horas após o nascer da Lua costumam proporcionar o melhor espetáculo visual, devido à proximidade com o horizonte.
“Observar a Lua é sempre encantador. Na Lua cheia, temos o privilégio de vê-la do anoitecer ao amanhecer, sem precisar de telescópios — basta olhar para o céu e apreciar”, destaca a astrônoma Josina Nascimento.
Duas superluas em 2025
Com base nos critérios mais comuns, o fim de 2025 contará com duas superluas:
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5 de novembro, quando a Lua estará a 356.980 km da Terra (diferença de 9h em relação ao perigeu);
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4 de dezembro, a 357.219 km de distância (diferença de 12h).
Se considerado o critério mais rigoroso — que exige diferença máxima de 12 horas entre a Lua cheia e o perigeu —, apenas a de 5 de novembro será tecnicamente uma superlua “autêntica”.
De qualquer forma, ambas prometem encerrar o ano com noites de céu claro e espetáculo garantido para os admiradores da astronomia.
Fontes: Observatório Nacional, UNIFEI, AstroPixel.com









