Após quase um mês da última crise, a Santa Casa de Campo Grande (MS), volta a lidar com a superlotação. O hospital vive mais um momento crítico. A desaceleração dos indicadores da pandemia desde o fim de 2022 não impediu que a superlotação hospitalar voltasse, deixando pacientes aguardando leitos em unidades de saúde 24 horas de Campo Grande. São pacientes com diversos tipos de demandas, como vítimas de acidente de trânsito e procedimentos cardiovasculares.
Na Santa Casa de Campo Grande (MS), a superlotação no pronto-socorro demanda uma nova função e esses cômodos são ocupados por pacientes que recebem procedimentos médicos. Por causa dessa superlotação, o hospital informou que o pronto-socorro do hospital estava com muito mais pessoas que o local comportaria.
Nesta quarta-feira (24), um boletim divulgado pela instituição de saúde dizia que 84 pacientes estavam sendo atendidos no pronto-socorro, 66 deles estavam na unidade de decisão clínica não crítica (antiga área verde) e 18 na unidade de decisão clínica crítica (antiga área vermelha). Dos 66 pacientes informados pela Santa Casa em situação não crítica, 40 seguiam internados e 26 estavam em observação.
O Centro Cirúrgico do Hospital também passa por situação crítica, com 18 pacientes em recuperação que aguardam um leito. Destes, nove estão alocados na recepção do Centro Cirúrgico e a outra metade na parte interna, sem previsão de vagar um leito para que deixem a área cirúrgica.
Diante disso, a Santa Casa de Campo Grande emitiu uma nota na última segunda- feira (22), afirmando que a situação de superlotação é extrema no Pronto-Socorro do hospital, e por isso a diretoria técnica avalia a possibilidade de restrição total do serviço, caso o excesso de pacientes continue. O Hospital que é o maior receptor de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso do Sul, já enviou um ofício para a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e solicitou apoio para desviar o fluxo de pacientes. ; até o momento, pacientes estão sendo recebidos pela instituição filantrópica. "Além disso, internamente, estamos acelerando as altas para não entrar em ponto de colapso", afirma o texto.
Histórico
Passados dois anos desde que Campo Grande registrou alerta vermelho por conta do aumento de casos confirmados e de internações por Covid-19, o que deixou a rede de saúde sem leitos, a situação de lotação nas unidades de saúde retornou.
Em abril deste ano, no dia 20, o governo federal havia anunciado o repasse de R$ 2 bilhões para entidades filantrópicas de saúde, e, na semana seguinte (24), anunciou o repasse de mais R$1,5 bilhão aos estados e municípios para auxiliar no funcionamento de entidades privadas que colaboram com o Sistema Único de Saúde (SUS).
A Santa Casa de Campo Grande, por ser o hospital com o maior número de atendimentos realizados pelo SUS no Centro-Oeste, recebeu o maior repasse, com R$ 13,9 milhões.
Atualmente, segundo informações da Frente Parlamentar em Defesa das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Mato Grosso do Sul, da Assembleia Legislativa, os órgãos acumulam um déficit operacional de R$ 495 milhões nos últimos quatro anos.