A conclusão das investigações da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de estado para manter Jair Bolsonaro no poder gerou uma onda de temor no entorno do ex-presidente e entre militares de alta patente. Com o inquérito já enviado à Procuradoria Geral da República (PGR), o foco agora é a possível colaboração de outros investigados, incluindo generais de destaque como Mário Fernandes e Estevam Teophilo.
A operação investigou 37 pessoas, sendo 25 militares, que foram indiciadas por crimes graves, como tentativa de golpe de estado e organização criminosa. Entre os mais preocupantes para o governo estão os generais Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência, e Teophilo, que teria se mostrado disposto a colocar tropas nas ruas em apoio ao golpe. Ambos têm envolvimento direto nos planos revelados pela PF, que acusa Fernandes de ser um dos principais articuladores da ação.
Além das investigações, o temor é que outros investigados sigam o exemplo de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e decidam fechar acordos de delação premiada. Os crimes atribuídos aos envolvidos no golpe têm penas de até 30 anos, o que pode pressionar outros militares a colaborarem para reduzir suas sentenças, oferecendo informações sobre líderes da organização criminosa.
Apesar da situação crítica, assessores de Bolsonaro garantem que o ex-presidente não esteve envolvido diretamente no golpe e que sua estratégia é se desvincular dos planos golpistas. A PGR agora analisará as evidências para decidir se apresenta acusações formais contra os investigados. ( Com inf do G1)