sexta, 14 novembro 2025

Protesto

há 1 mês

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Ativistas mancham pintura de Cristóvão Colombo em museu de Madri em protesto contra colonialismo

Grupo Futuro Vegetal lança tinta biodegradável sobre obra histórica no dia nacional da Espanha para exigir justiça social e ambiental

Atualizado: há 1 mês

Ricardo Prado

Neste domingo (12), durante a celebração do feriado nacional espanhol conhecido como Fiesta Nacional ou Día de la Hispanidad, ativistas do coletivo Futuro Vegetal lançaram tinta vermelha biodegradável sobre o quadro Primer homenaje a Cristóbal Colón, de José Garnelo, no Museu Naval de Madri. O ato, ocorrido na entrada do museu, visava denunciar o colonialismo histórico e contemporâneo, bem como exigir reconhecimento das injustiças sofridas pelos povos indígenas. As informações são de veículos da imprensa espanhola.

A pintura foi atingida principalmente na metade esquerda. As duas manifestantes foram contidas por um funcionário do museu até a chegada da Polícia Nacional, que procedeu à detenção das ativistas por crime contra o patrimônio. Visitantes foram evacuados da sala como medida de segurança durante o incidente.

Segundo comunicado do grupo Futuro Vegetal, as ativistas exibiam uma faixa com os dizeres “12 de octubre, nada que celebrar. Justicia ecosocial”. O protesto teve como objetivo destacar que, para muitas comunidades originárias, o 12 de outubro representa não uma celebração, mas uma data marcada pelo “despojo e sofrimento coletivo”. O grupo também denuncia o neocolonialismo extrativista atual, que explora recursos naturais em benefício de poucos, deixando sequelas ambientais e sociais.

A obra de Garnelo, datada de 1892, retrata o momento em que Cristóvão Colombo é homenageado ao desembarcar nas Américas. Ela integra o acervo permanente do Museu Naval de Madri.

Representantes do coletivo criticaram ainda o contexto oficial da celebração do dia nacional, afirmando que ele “ignora as feridas de um passado doloroso” e perpetua narrativas heroicas da colonização. Futuro Vegetal convocou a população a se manifestar contra esse tipo de comemoração e a promover ações como boicotes a empresas envolvidas em exploração extrativista.

Até o momento, não há declaração oficial do Museu Naval sobre os danos à obra, embora informações da imprensa local indiquem que a pintura foi restaurada ainda no mesmo dia por uma equipe técnica do museu.

Veja o momento do ato de protesto:

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