O dinamismo do comércio exterior de Mato Grosso do Sul ganhou novo impulso em janeiro, quando o estado registrou um superávit comercial de US$ 529 milhões, um aumento de quase 10%. Segundo dados da Semadesc, as exportações somaram US$ 739 milhões, avançando 0,9% em relação ao mês anterior.
A celulose liderou as exportações, representando 53,3% do valor total (US$ 394,1 milhões) e crescendo 186,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em seguida, a carne bovina teve participação de 13,9%, alcançando US$ 102,5 milhões. Enquanto a Indústria de Transformação mostrou força, com crescimento de 51,9% em valor e 47,8% em volume, a Agropecuária e a Indústria Extrativa recuaram 86% e 25,3%, respectivamente. Outros produtos, no entanto, tiveram alta expressiva de 11.411% na receita e 3.232% no volume.
Bruna Mendes, economista da Semadesc, ressaltou que o resultado reflete o robusto desempenho do setor exportador de MS, que passou de US$ 383,4 milhões em 1997 para US$ 10,6 bilhões em 2023, com destaque para a aceleração a partir de 2005. Jaime Verruck, secretário de Estado, atribuiu o desempenho à política de desenvolvimento industrial e agroindustrial adotada pelo governo, destacando a importância da cadeia de celulose e o início das atividades da Suzano em Ribas do Rio Pardo. Ele também evidenciou a relevância da China, responsável por 41% do total exportado, como principal mercado.
Na esfera regional, Três Lagoas liderou com 31,1% do valor exportado, apresentando um crescimento de 30,8% em relação ao ano anterior. Ribas do Rio Pardo, com 25,1%, registrou um aumento expressivo de 5.933%, enquanto Campo Grande respondeu por 6,5% do total.
Internacionalmente, a China manteve-se como principal destino, absorvendo 41,7% do valor das exportações. A Itália e Bangladesh também se destacaram, com aumentos de 245,5% e 497,2%, respectivamente, em comparação com o mesmo período de 2024.
Quanto à logística, o Porto de Santos foi a principal rota de saída das mercadorias, representando 60,4% do total, seguido pelo Porto de Paranaguá, com 20,9%. Verruck destacou que o crescimento das exportações contribui diretamente para a previsão de crescimento do PIB do estado, estimado em 4,4% ao ano.
No campo das importações, houve uma redução de 15,7%, totalizando US$ 209 milhões. O “gás natural, liquefeito ou não” foi o principal item importado, representando 46,5% da pauta, embora tenha caído 20,1% em relação ao mesmo período de 2024.
