O agronegócio de Mato Grosso do Sul corre o risco de enfrentar um colapso logístico nos próximos anos, com a infraestrutura de transporte sendo pressionada pela crescente demanda por exportação de grãos. A saturação dos portos brasileiros, que operam com mais de 91% de sua capacidade utilizada, compromete o escoamento da produção e eleva os custos logísticos.
Estudos da consultoria Macroinfra apontam que a demanda nacional por exportação de grãos deve ultrapassar a capacidade instalada em 2028, evidenciando um gargalo crítico. Mato Grosso do Sul, apesar de sua posição estratégica, enfrenta desafios estruturais em um cenário que combina alta dependência do modal rodoviário e limitações no uso de alternativas como ferrovias e hidrovias.
A Malha Oeste, que conecta Corumbá a São Paulo e representa uma das principais opções de transporte ferroviário no estado, permanece com seu processo de relicitação travado no Tribunal de Contas da União, dificultando avanços no setor. Paralelamente, a insuficiência de investimentos em infraestrutura portuária e armazenamento intensifica o impacto negativo sobre a competitividade dos produtos agrícolas da região.
Especialistas indicam que a solução passa pela diversificação dos modais logísticos, com foco na expansão ferroviária, modernização das hidrovias e criação de hubs logísticos próximos às áreas produtoras.