quinta, 17 julho 2025

DIREITOS HUMANOS

há 1 semana

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MS lança panorama racial com dados por raça, cor e gênero

Ferramenta inédita oferece indicadores de educação, renda, moradia e religião para fortalecer políticas públicas e promover equidade

Atualizado: há 1 semana

Suelen Morales

Mato Grosso do Sul avançou na construção de políticas públicas mais inclusivas ao lançar nesta quarta-feira (2) o Painel Panorama Racial. A plataforma, organizada pelo Observatório da Cidadania da UFMS em parceria com a Secretaria de Estado da Cidadania e apoio da Fundect, reúne indicadores dos 79 municípios, segmentados por cor, raça e gênero, servindo como base para ações que promovem equidade e cidadania.

A ferramenta oferece informações detalhadas sobre educação, renda, moradia, religião e outros aspectos relevantes, apresentados em painéis visuais e interativos. Com acesso público e filtros por município e por grupo étnico-racial, o painel visa orientar gestores, pesquisadores e sociedade, oferecendo subsídios confiáveis para decisões mais qualificadas.

Segundo a secretária da Cidadania, Viviane Luiza, “mais do que números, esse painel representa vidas e pessoas” — ressaltando que os dados permitem ver a realidade em suas múltiplas dimensões e planejar políticas mais eficazes. Já o coordenador do Observatório, professor Samuel Oliveira, afirmou que “o que não é visível, não é percebido. E o que não se percebe, não se transforma”.

A subsecretária de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial, Vânia Lúcia Baptista Duarte, pontuou que o acesso a essas informações “fortalece o diálogo com a sociedade” e torna possível direcionar ações a localidades com maior necessidade.

A ferramenta já vem sendo utilizada por gestores municipais, como Francis Jaqueline da Rocha, de Rio Brilhante, que destacou a importância dos dados para estruturar políticas locais de direitos humanos.

Entre os dados divulgados, o painel mostra que 47% da população de MS se autodeclara parda, 42,4% branca e que os grupos preta e amarela registram os índices mais elevados de envelhecimento. Na educação, pessoas autodeclaradas amarelas entre 30 e 34 anos acumularam média de mais de 14 anos de estudo, enquanto brancos somam 12 anos e pretos/pardos, 11 anos. No mercado de trabalho urbano, brancos e amarelos têm renda média maior, ao passo que pretos e indígenas recebem menos. Em relação à religião, 51,9% são católicos e 32,4% evangélicos, com expressiva participação feminina em religiões evangélicas, espíritas, de matriz africana e tradições indígenas.

O Painel Panorama Racial está disponível no site do Observatório da Cidadania (www.observatoriodacidadania.ufms.br) e será atualizado com os dados do Censo 2022 nas próximas semanas.

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