Mato Grosso do Sul completou, em 2025, dez anos sem registrar casos confirmados de febre amarela em humanos, mesmo com o aumento da circulação do vírus no país. Entre 2020 e maio deste ano, 42 casos suspeitos foram notificados em 20 municípios, todos descartados após investigação laboratorial.
A vacinação segue como a principal estratégia de prevenção. Em 2024, o estado atingiu 86% de cobertura vacinal, o melhor índice dos últimos cinco anos, mas ainda abaixo da meta de 90% estipulada pelo Ministério da Saúde.
Segundo a gerente de Doenças Endêmicas da SES, Jéssica Klener, o monitoramento contínuo e a vigilância ativa em áreas de risco, como Corumbá e Ponta Porã, são essenciais para manter o controle da doença.
O cenário nacional acendeu o alerta: até o fim de maio, a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) confirmou mais de 220 casos e 89 mortes por febre amarela nas Américas em 2025 — um crescimento de 800% em relação a 2024. Quase todos os infectados não estavam vacinados.
“A vacina é segura, gratuita e eficaz. Ainda temos o desafio de atingir a meta, mas avançamos bastante”, destaca Frederico Moraes, gerente de Imunização da SES.
A imunização é indicada para pessoas de 9 meses a 59 anos. Quem não se vacinou deve procurar a unidade básica de saúde mais próxima para atualizar a caderneta conforme o calendário do PNI (Programa Nacional de Imunizações).
Além da vacinação, o estado mantém vigilância entomológica, monitoramento de epizootias (mortes de primatas) e capacitação constante das equipes municipais para notificação imediata de casos suspeitos.
A coordenadora de Saúde Única da SES, Danila Frias, ressalta o papel da informação:
“A educação em saúde fortalece a prevenção e combate mitos, como o de que macacos transmitem a doença. Eles são vítimas e aliados na detecção do vírus”.
Já a gerente de Zoonoses, Melissa Amin, lembra que primatas doentes ou mortos devem ser notificados imediatamente, pois funcionam como sentinelas naturais para o vírus em áreas silvestres.