Há 14 anos, moradores do bairro Nova Campo Grande convivem com um forte odor proveniente da unidade frigorífica da JBS, um problema ambiental que persiste sem solução definitiva. Incomodado com a falta de medidas efetivas, um morador denunciou ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) a inércia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) diante da situação, registrando o caso sob a manifestação 20240008285. Ele acusa o órgão de ser complacente com a empresa e de não agir de forma eficiente para eliminar a poluição do ar na região.
O mau cheiro constante prejudica a qualidade de vida da população e impacta a economia local, afastando clientes do comércio e gerando queixas sobre problemas respiratórios. O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) já autuou a JBS em fiscalizações que comprovaram falhas no sistema de controle ambiental, mas o problema persiste. Em 2011, o MPMS firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a empresa para solucionar a questão, porém, mesmo após quatro aditivos e o pagamento de uma multa de R$ 500 mil, as irregularidades continuam. Diante da falta de resultados, moradores ingressaram com mais de 200 ações judiciais pedindo indenização por danos morais, alegando que, além dos transtornos diários, a desvalorização imobiliária afeta o patrimônio de quem vive na região.
Não é a primeira vez que o MPMS tem sua atuação questionada. Em 2017, o CNMP apontou falhas na condução de investigações e, após uma correição extraordinária, determinou a substituição de promotores envolvidos em processos de interesse público. Agora, os moradores esperam que a nova denúncia leve a providências concretas.
Até o momento, a JBS não se manifestou sobre as novas denúncias. O MPMS também foi acionado, mas não respondeu. Enquanto isso, segundo estimativa do Imasul, o solo contaminado pelo frigorífico na região do Córrego Imbirussu só estará completamente recuperado em 2030, deixando a população refém de um problema que parece não ter fim.