sexta, 21 março 2025

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há 1 mês

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Moradores de Campo Grande denunciam MPMS por omissão em caso de poluição da JBS

Após 14 anos de reclamações e acordos ineficazes, população aciona CNMP contra inércia do Ministério Público estadual diante do mau cheiro persistente

Atualizado: há 1 mês

Redação

Há 14 anos, moradores do bairro Nova Campo Grande convivem com um forte odor proveniente da unidade frigorífica da JBS, um problema ambiental que persiste sem solução definitiva. Incomodado com a falta de medidas efetivas, um morador denunciou ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) a inércia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) diante da situação, registrando o caso sob a manifestação 20240008285. Ele acusa o órgão de ser complacente com a empresa e de não agir de forma eficiente para eliminar a poluição do ar na região.

O mau cheiro constante prejudica a qualidade de vida da população e impacta a economia local, afastando clientes do comércio e gerando queixas sobre problemas respiratórios. O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) já autuou a JBS em fiscalizações que comprovaram falhas no sistema de controle ambiental, mas o problema persiste. Em 2011, o MPMS firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a empresa para solucionar a questão, porém, mesmo após quatro aditivos e o pagamento de uma multa de R$ 500 mil, as irregularidades continuam. Diante da falta de resultados, moradores ingressaram com mais de 200 ações judiciais pedindo indenização por danos morais, alegando que, além dos transtornos diários, a desvalorização imobiliária afeta o patrimônio de quem vive na região.

Não é a primeira vez que o MPMS tem sua atuação questionada. Em 2017, o CNMP apontou falhas na condução de investigações e, após uma correição extraordinária, determinou a substituição de promotores envolvidos em processos de interesse público. Agora, os moradores esperam que a nova denúncia leve a providências concretas. 

Até o momento, a JBS não se manifestou sobre as novas denúncias. O MPMS também foi acionado, mas não respondeu. Enquanto isso, segundo estimativa do Imasul, o solo contaminado pelo frigorífico na região do Córrego Imbirussu só estará completamente recuperado em 2030, deixando a população refém de um problema que parece não ter fim.

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