A escassez de equipamentos e medicamentos essenciais levou a Santa Casa de Campo Grande a suspender cirurgias, agravando ainda mais a crise enfrentada pelo maior hospital da capital. Pacientes internados estão sendo transferidos para outras unidades de saúde, enquanto profissionais lidam com a falta de materiais básicos, como luvas, máscaras e aventais, além de próteses e órteses indispensáveis para procedimentos ortopédicos e neurocirúrgicos.
Além do desabastecimento, a situação do hospital se complica com a falta de manutenção em equipamentos importantes, como o broncoscópio, usado para exames respiratórios. A escassez atinge também medicamentos como antibióticos e anticoagulantes, além da nutrição parenteral, essencial para recém-nascidos e pacientes graves.
Diante da crise, a direção da Santa Casa enviou um ofício ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a outras instituições de saúde informando sobre a piora no cenário e solicitando apoio na transferência de pacientes. O temor é que a falta de insumos cause riscos de contaminação e infecções, comprometendo ainda mais o atendimento.
A crise financeira do hospital é apontada como uma das causas do desabastecimento. Em 2023, o déficit da Santa Casa ultrapassou R$ 101 milhões, e, em 2024, o balanço segue negativo, com prejuízos mensais estimados em R$ 9 milhões. Apesar dos repasses municipais e estaduais, a situação segue crítica, afetando principalmente setores como a neurocirurgia.
Mesmo com a suspensão das cirurgias, a Santa Casa mantém os atendimentos de urgência e emergência.