sexta, 21 março 2025

Justiça

há 1 semana

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Ex-coordenador da Apae burla bloqueio judicial e saca R$ 412 mil; Justiça decreta nova prisão

Atualizado: há 1 semana

Redação

Paulo Henrique Muleta Andrade, ex-coordenador da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), foi preso preventivamente nesta segunda-feira (10) após driblar uma ordem judicial de bloqueio de contas e sacar R$ 412,4 mil de um investimento. O valor, segundo a investigação, foi desviado para outra conta, em nome de um terceiro, configurando tentativa de ocultação de patrimônio.

A falha no bloqueio total dos bens foi atribuída a um erro sistêmico da Caixa Econômica Federal, que não incluiu os investimentos financeiros no sequestro determinado pela Justiça. Esse fato foi descoberto pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que solicitou esclarecimentos ao banco após constatar que apenas R$ 57,1 mil haviam sido bloqueados na conta do investigado.

A nova prisão foi decretada pelo juiz Robson Celeste Candeloro, da 2ª Vara Criminal, que considerou haver provas suficientes de obstrução da Justiça, lavagem de dinheiro e tentativa de fuga. Além de movimentar valores de forma ilícita, Paulo Henrique chegou a pedir autorização judicial para viajar à Espanha, alegando que participaria de um casamento. No entanto, investigações apontaram que ele já havia manifestado desejo de fugir para a Itália e até solicitado cidadania italiana.

A prisão foi efetuada durante a Operação Occulto, que também cumpriu mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Camapuã. O nome da ação faz referência tanto à tentativa do investigado de ocultar os recursos desviados quanto ao seu plano de deixar o país.

Desvio

Paulo Henrique é acusado de integrar um esquema que desviou R$ 8 milhões destinados ao tratamento de ostomizados em Mato Grosso do Sul. O dinheiro público, repassado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), teria sido canalizado para empresas de fachada, que simulavam vendas de produtos para a rede pública de saúde.

Em novembro de 2023, a investigação levou à prisão de oito pessoas envolvidas em crimes como corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e fraudes em licitações. Como consequência do desvio, cerca de 2,6 mil pacientes ostomizados ficaram sem as bolsas coletoras de urina e fezes, sendo obrigados a arcar com custos de até R$ 1,5 mil mensais para suprir a falta do material.

A descoberta do esquema levou ao afastamento de Paulo Muleta da coordenação técnica do Centro Especializado em Reabilitação (CER) da Apae e à reformulação dos contratos de fornecimento dos produtos. ( Com inf do Correio )

 

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