sábado, 17 maio 2025

Ataque

há 3 semanas

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Vítima é encontrada a 300 metros da pousada e onça ataca equipe durante o resgate

Caso ganhou repercussão nacional, restos mortais de caseiro são encontrados em área de mata fechada. ; Acompanhe os vídeos no nosso instagram@pixnewsms

Atualizado: há 3 semanas

Redação

A trágica morte do caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, atacado por uma onça-pintada enquanto coletava mel em um pesqueiro particular às margens do Rio Miranda, em Aquidauana (MS), causou comoção na comunidade de Touro Morto e mobilizou equipes da PMA, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, pescadores e familiares. Pela brutalidade do ataque e pela rara natureza do caso, a ocorrência ganhou repercussão nacional.

O ataque teria ocorrido ainda na madrugada de segunda-feira (21), quando a vítima  saiu de casa para buscar mel em uma trilha que margeia a mata fechada do Pantanal. Ao notar seu desaparecimento, familiares e moradores ribeirinhos iniciaram as buscas e encontraram vestígios de sangue e pegadas de onça próximas ao deck. Imediatamente, equipes da PMA foram acionadas e começaram uma varredura aérea e terrestre na região, utilizando até cães já que o local é de difícil acesso.

Na manhã desta terça-feira (22), os restos mortais de Jorge foram localizados em um capão de mato, a cerca de 280 metros do rancho onde ele residia. Pegadas da onça indicavam que o corpo havia sido arrastado por mais de 50 metros. No momento em que os agentes se aproximavam para recolher o corpo, a onça retornou ao local e tentou esconder os restos mortais novamente. O animal se mostrou agressivo e atacou um dos homens da equipe, que sofreu ferimentos no braço. A onça só recuou após disparos de advertência.

Alerta ignorado

Curiosamente, uma semana antes do ataque, o homem que foi devorado gravou um vídeo alertando sobre a presença de duas onças nas proximidades da casa onde trabalhava. Nas imagens, ele aparece com um homem, identificado como seu cunhado, que chega a brincar sobre a possibilidade de ataque: “A onça vai comer o Jorge, Dão!”. Jorginho responde: “Não vai comer, não!”. O vídeo viralizou nas redes sociais após a tragédia.
Além disso, um vídeo gravado por outros trabalhadores da fazenda mostrou as pegadas da onça e rastros da perseguição, reforçando a hipótese de que o ataque teria ocorrido durante a madrugada.  De acordo com testemunhas , o homem pode ter sido surpreendido enquanto tentava coletar mel próximo ao deck do pesqueiro onde trabalhava.

Buscas 

A operação para encontrar o corpo foi complexa e utilizou helicópteros, drones e apoio da população local devido à difícil acessibilidade, já que o local fica a cerca de duas horas de barco da cidade de Miranda e se encontra como um local de mata fechada . Os familiares do homem indicaram uma trilha usada por animais silvestres, que margeia o rio, e imagens captadas durante a operação mostraram o rastro da perseguição, marcas de sangue e pegadas do felino na trilha.

De acordo com informações registradas em um vídeo gravado durante as buscas, os restos mortais do idoso  foram localizados com o auxílio de trilhas deixadas pela onça ao longo da mata. O corpo da vítima estava sendo arrastado pela onça por mais de 50 metros quando os agentes chegaram ao local. A situação se agravou quando o animal, ao ser surpreendido pelos policiais e populares, avançou contra o grupo.

Investigação 

A PMA investiga as circunstâncias do ataque e avalia que a escassez de alimentos naturais da fauna local, como capivaras e catetos, pode ter contribuído para o comportamento agressivo do animal. Técnicos não descartam também que o felino tenha agido de forma defensiva, possivelmente por estar em período reprodutivo, ou tenha se sentido ameaçado por uma aproximação involuntária da vítima.

Segundo a corporação, a tragédia reforça a necessidade de medidas de proteção e conscientização sobre o convívio com animais silvestres, especialmente em áreas próximas a reservas ambientais. A onça-pintada é um dos principais símbolos da fauna pantaneira e está ameaçada de extinção. A presença cada vez mais próxima desses grandes felinos de regiões habitadas levanta um alerta sobre os impactos da degradação ambiental e a redução do território de caça.

O corpo da vítima foi encaminhado para o Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana. Jorginho deixa dois filhos e será lembrado pelos amigos e moradores como um homem simples, trabalhador e respeitado pela comunidade local.

A PMA seguirá monitorando a região em busca de evitar novos ataques e estuda a possibilidade de capturar o animal para análise e avaliação de comportamento.

Quem era o homem morto por onça-pintada em MS 

Jorge, conhecido como Jorginho, trabalhava há duas décadas em um pesqueiro particular em uma área de mata na região de Touro Morto, a aproximadamente 150 quilômetros de Miranda, em Mato Grosso do Sul. 

Pai de dois filhos, ele era conhecido na comunidade por sua rotina simples e por vender mel extraído da mata, além de sua relação respeitosa com a natureza. Foi justamente durante uma dessas coletas, próximo a um deck, que teria ocorrido o ataque. 

Nas semanas anteriores, Jorginho havia registrado a presença da onça nas proximidades e chegou a gravar um vídeo alertando sobre o risco. De acordo com amigos, costumava ver onças com frequência nas redondezas e tinha receio de possíveis ataques. A ausência dele foi notada por um guia de pesca, que costumava passar pelo local. Ao não encontrá-lo, iniciou uma busca que terminou com a descoberta de vestígios de sangue e pegadas do animal. Policiais e familiares participaram das buscas que resultaram na localização do corpo.

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