O primeiro semestre de 2025 registrou uma redução expressiva de queimadas no Pantanal sul-mato-grossense. Entre janeiro e junho, a área atingida pelo fogo caiu 92,8% em comparação com o mesmo período do ano passado, passando de 595.728 hectares em 2024 para 42.840 hectares neste ano. O número de focos de calor também despencou: de 2.753 para apenas 50, uma queda de 98,2%.
Os dados constam no informativo divulgado nesta quinta-feira (3) pelo Cicoe/Pemif (Centro Integrado de Coordenação Estadual), vinculado à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). O órgão reúne Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Imasul, Secom, Sejusp e outras instituições.
Além das condições climáticas — com melhor distribuição de chuvas e temperaturas mais baixas —, a queda nos incêndios é atribuída ao trabalho contínuo de prevenção desenvolvido desde os anos críticos. Segundo o tenente-coronel Leonardo Congro, secretário executivo do Cicoe/Pemif, o Corpo de Bombeiros Militar atua de forma permanente no combate aos incêndios, com ações iniciadas já em janeiro.
Entre as medidas estão queimas prescritas em unidades de conservação, formação de brigadistas e reforço da capacitação técnica das equipes. Em 2025, mais de 600 brigadistas privados foram treinados e outros 27 bombeiros militares se especializaram como combatentes florestais. O Estado já conta com 99 profissionais nessa função, dos quais 10 serão enviados ao Canadá para auxiliar no combate a incêndios naquele país.
Queda também em terras indígenas e unidades de conservação
Neste primeiro semestre, nenhuma área indígena localizada no Pantanal ou no Cerrado foi atingida por incêndios. No mesmo período do ano passado, 56.574 hectares foram queimados nessas regiões, especialmente na Terra Indígena Kadwéu. Já nas unidades de conservação dos dois biomas, a área queimada caiu de 9.198 para 952 hectares — redução de 89,6%.
Alerta para o segundo semestre
Apesar dos bons resultados no primeiro semestre, o alerta continua. O Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) prevê estiagem em todo o estado entre 1º e 17 de julho, com temperaturas que podem ultrapassar os 30°C e umidade relativa do ar abaixo de 30%. Essas condições aumentam o risco de propagação de incêndios.
A previsão para o trimestre de julho a setembro indica que grande parte do Estado permanecerá em níveis de "Alerta" e "Atenção". Municípios das regiões Norte, Nordeste e Leste estão classificados com risco "Alto" para ocorrência de incêndios florestais. O Corpo de Bombeiros permanece em prontidão.