quinta, 17 julho 2025

SAÚDE

há 1 semana

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Após décadas de espera, bairros de Campo Grande finalmente recebem obras em unidades de saúde

Reformas e construção anunciadas como avanço histórico evidenciam abandono prolongado do serviço público na região sul da Capital

Atualizado: há 1 semana

Suelen Morales

Anunciadas como marco na melhoria da saúde pública de Campo Grande, as obras no Complexo de Saúde do Aero Rancho e a construção da nova Unidade de Saúde da Família (USF) do bairro Parati escancaram uma dura realidade: moradores dessas regiões esperaram mais de 30 anos por reformas estruturais básicas e dignas.

Com mais de R$ 7,8 milhões em investimentos somados, as intervenções são vendidas pela prefeitura como um "salto de qualidade", mas na prática expõem a negligência histórica com bairros da periferia sul da Capital. O Complexo do Aero Rancho, que inclui o Centro Regional de Saúde (CRS 24h), o CAPS e a USF, passa pela primeira grande reforma desde sua criação, um reflexo claro do abandono de décadas por parte do poder público.

Enquanto as melhorias não são concluídas, os atendimentos do CAPS foram transferidos para o bairro Guanandi, obrigando pacientes, muitos deles em situações de vulnerabilidade e com transtornos psiquiátricos, a se deslocarem ainda mais para receber acompanhamento.

Apesar do discurso otimista da prefeita Adriane Lopes, que afirmou que a obra "exige planejamento e responsabilidade", a população convive há anos com infraestrutura sucateada, falta de médicos, superlotação e atendimento precário. Agora, com as obras em andamento, a gestão busca capitalizar politicamente um serviço que, na verdade, deveria ter sido entregue há décadas.

Nova USF no Parati ainda em construção

No bairro Parati, a promessa é de que a nova unidade de saúde beneficie mais de 16 mil pessoas, que atualmente dependem do atendimento no bairro Piratininga. Embora a construção esteja em andamento, com cerca de 47% do cronograma executado, ainda não há previsão clara de entrega. O investimento de R$ 3,14 milhões chega tardiamente a uma região com forte crescimento populacional e que, até hoje, sofre com a falta de estrutura básica para a atenção primária em saúde.

Moradores se dizem esperançosos, mas céticos

Moradores antigos como Ramão Ferreira Arce e Marinês da Silva reconhecem que a reforma é necessária, mas lembram que as melhorias sempre ficaram no campo das promessas.

“Desde que moro aqui, só fizeram umas pinturas internas, e mesmo assim, raramente. Uma obra como essa, nunca vi antes”, criticou Marinês.

Enquanto isso, a gestão municipal tenta usar as obras como vitrine administrativa

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