O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), junto ao Ministério Público, está investigando o atrativo Praia da Figueira, localizado em Bonito (MS), após 14 incidentes envolvendo mordidas de peixes em turistas entre janeiro e março de 2025. O local, um popular destino de ecoturismo, abriga um lago artificial onde os ataques ocorreram.
A fiscalização visa identificar a origem das espécies de peixes presentes na lagoa, especialmente se elas são exóticas e podem ter sido introduzidas de forma irregular no ecossistema local. O Ibama, acompanhado de um biólogo especialista, utiliza drones e mergulhos para investigar as espécies responsáveis pelos incidentes. Entre as possibilidades estão peixes como o tambaqui e o tambacu, ambos conhecidos por sua dentição e alimentação, que podem ter causado os ataques aos banhistas.
A presença de espécies exóticas, se confirmada, representa um risco para a biodiversidade local, pois elas competem com as espécies nativas por recursos e podem prejudicar o equilíbrio ecológico da região. A introdução inadequada de animais é regulada pela Lei Federal 140/2011, que visa proteger os ecossistemas naturais brasileiros.
Em março, o atrativo já havia sido interditado pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) após os primeiros relatos de ataques. A fiscalização revelou que uma grade de contenção foi instalada para limitar o acesso de peixes maiores à área destinada aos banhistas. O uso parcial da lagoa foi autorizado em 10 de abril, mas a investigação continua.
Se confirmada a introdução irregular de espécies, o Ministério Público pode tomar medidas legais, incluindo a suspensão das atividades do atrativo e a retirada dos peixes do local. O laudo técnico do Ibama, que deve ser divulgado em até 20 dias, será fundamental para o andamento do processo e a tomada de decisões.